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22/02/2022

O sonho de Katia na America do Norte

 


Demorou alguns minutos depois que nós nos conhecemos e ela me contou sua história de vida e como veio parar nos Estados Unidos.

Neste dia eu fui a lanchonete brasileira próxima ao correio da cidade de Long Branch, pedi um pão de queijo, bolo de milho e um café. Ao meu lado sentou essa jovem, ainda com cara de menina, nos cumprimentamos mesmo sem nos conhecer e começamos uma longa conversa. Seu nome é Kátia e logo de cara nos demos bem. Começamos uma conversa que chegou ao final mas ficou aquela sensação de que ainda não acabou. Sabe aquela conversa que depois te deixa pensando: “- Essa conversa ainda não acabou!” “- Nos conhecemos agora mas temos tantas coisas a serem conversadas.”  Quando viajo para outro país eu vejo que cada imigrante vem com sua história de vida, carregada muitas vezes de sofrimento mas com vontade de realizar seu sonh


Katia me contou que sua  mãe e seu pai trabalhavam na roça, no Estado de Minas Gerais no Brasil. Os pais trabalhavam na roça de outra pessoa, eles têm quatro filhos e ela é a menor. Para as crianças da roça era normal aquela rotina de ajudar os pais um pouco lá e acolá. Eles cuidavam de galinhas, porcos, ovelhas, bezerros, vacas e de tudo que o dono da roça mandava. Tiravam leite da vaca, davam comida para os porcos, milho para as galinhas e regavam as hortaliças todos os dias. 


Um dia, o casal ouviu  falar que dava para viajar a outro país e chegar aos Estados Unidos, atravessando a fronteira do México. Souberam também que várias famílias de lá mesmo da cidade deles no sul de Minas e pessoas da roça já estavam indo. Eles se empolgaram e quiseram ir também. Gostaram da idèia porque  conseguiriam ganhar um pouco mais de dinheiro e dar uma vida digna aos seus quatro filhos; uma escola melhor, e boa alimentação. Se sobrasse algum dinheiro poderiam economizar para comprar a própria roça no Brasil. 


Empolgados com a vida melhor que teriam seus pais se prepararam para viajar aos Estados Unidos.  Portanto, nem tentaram um visto e decidiram que entrariam ilegalmente pela fronteira do México. Era década de 80 e tudo era normal. 


A viagem foi planejada com alguns poucos amigos de confiança e a família. O casal juntou tudo que tinham em 3 malas, preparou os 4  filhos, abandonaram a roça e foram embora. Os filhos  tinham respectivamente 07, 11, 13 e 15 anos.  A mais nova, a menina Kátia è que me conta esta história hoje.


Seus pais só conseguiram vir aos Estados Unidos porque tinha um amigo da família nos Estados Unidos que poderiam ajudar no que fosse preciso. Saíram todos bem arrumados da roça, com roupas novas, a mãe com unha feita, cabelo alisado, naquele tempo ainda  alisado a ferro. 


No dia da viagem a família estava toda reunida para a despedida. No aeroporto as crianças choravam e davam tchau aos avós que iriam ficar na roça e nem sabiam se um dia iriam reencontrar os netos.


Chegaram na cidade do México pelo aeroporto internacional  e seguiram  em direção a primeira cidade de fronteira. Na fronteira próxima ao rio, já não tinha como carregar e largaram as malas e tudo para trás. Esta parte do rio não é funda e dá para atravessar a pé mesmo,  mas as  crianças menores e as grávidas são levadas em uma canoa. Foi uma travessia difícil e  demorou alguns dias até que desse tudo certo e eles conseguissem ir para dentro do outro país. 

Chegando do outro lado, já nos Estados Unidos, caminharam muito até encontrar a primeira cidade onde pudessem tomar um avião e ir encontrar os amigos. 


Foram bem recebidos, nos primeiros dias tiveram que dividir casa com mais 9 pessoas; todas vindas do mesmo estado mas de cidades diferentes. Ficaram em uma casa com três quartos, dois banheiros, uma cozinha e sala de estar.  Os amigos que já estavam ali arrumaram trabalho para o casal. Ela foi trabalhar na faxina e ele na construção. Nos primeiros dias as crianças ficavam sozinhas em casa, os maiores cuidam dos menores. Após duas semanas as crianças já estavam todas na escola. Me disse que foi muito difícil  a vinda para os Estados Unidos porque teve que deixar seus amigos, seus avós e seus animais de estimação no Brasil.


Os pais  trabalharam duro durante sete anos, juntou dinheiro que dava para comprar uma pequena roça e  resolveram voltar para o Brasil.  Kátia me disse que não teve opção e contra sua vontade foi obrigada a voltar com os pais para o Brasil. Ela estava com 14 anos e os  outros três filhos, os homens  já com a mais de 18 anos decidiram ficar  nos Estados Unidos mesmo vivendo ilegalmente. A família se  separou, uns pra cá e outros pra lá. 

Os três jovens ficaram sozinhos, longe de seus avós, seus pais, primos e de toda a família. Assim como eles, tem vários jovens que ficam sozinhos, porque os pais resolvem voltar ao Brasil. Esses jovens trabalharam duro tanto quanto seus pais.Levavam uma vida normal com todas as dificuldades que um imigrante encontra. 

 A volta ao Brasil tambèm não foi fàcil para Katia pois teve que deixar seus colegas de escola e seus irmãos nos Estados Unidos. Na escola ela aprendeu a amar os Estados Unidos, como qualquer outra criança que estuda em escola americana. Me disse que poderia ter uma vida melhor nos Estados Unidos se seus pais não tivessem feito a besteira de ter ido embora e a levado. 

 Os pais levando ela de volta ao Brasil tiraram dela seu sonho de poder virar uma adolescente “Dreamer” (nome dado às crianças trazidas pelos pais e que cresceram nos Estados Unidos). Essas crianças passaram a ter alguns direitos a mais como imigrantes indocumentados, como por exemplo o acesso a alguns benefícios sociais do governo e um número de identificação, tipo um cpf nosso.  Elas também estudaram nas escolas americanas até o segundo grau. Após os estudos muitas delas têm  a possibilidade de se casar com algum  jovem americano e se tornar um cidadão legal com permanência.  Nas escolas muitos namoram e se casam entre si. Alguns americanos após o período escolar até se casam para ajudar algum colega de infância que esteja precisando de documento como uma gentileza ao amigo.

A vida escolar dela foi cortada e de novo as amizades deixadas para trás. Ela me diz que fica um pouco triste por isso porque aprendeu a amar este país mas não tem nenhuma chance para ela.


Ela passou parte de sua adolescência no Brasil e quando fez dezoito anos resolveu  voltar aos Estados Unidos. Como não conseguiu entrar legalmente, há 4 anos atrás, entrou ilegalmente pela fronteira do México, veio sozinha. Até  tentou o visto uma vez mas não conseguiu e resolveu se arriscar e deu certo. 


Hoje ela está casada com um brasileiro indocumentado como ela e juntos tem uma filha de 9 anos. Ele trabalha na construção e ela na faxina. Nós conversamos bastante e passamos o dia juntos. Eu a observava e achei a história dela diferente. O que mais me chamou atenção foi o jeito dela falar. A voz dela mudava quando falava inglês e tinha uma entonação diferente de quando falava portugues. Eu até perguntei se ela ficou com alguma sequela no cérebro por causa deste transtorno na vida  e ela me disse que não. Tem alguns aborrecimentos às vezes mas que já superou o fato dos pais terem feito isso com ela.


Os seus dois irmãos que ficaram nos Estados Unidos quando trabalharam na construção, em lanchonetes e em outros trabalhos que como ilegais poderiam fazer. Viveram seus sonhos de adolescentes, tiveram seus momentos de rebeldia sem apoio presencial de seus pais, tios, ou  avós. Receberam ajuda dos outros brasileiros da comunidade, dessa pequena cidade ao sul de New Jersey. Um dia cresceram e ficaram adultos, constituíram família.Seus filhos nasceram nos Estados Unidos, são americanos e estão indo a escola. Diferente do Japão que não dá nacionalidade para filhos de pais estrangeiros os Estados Unidos dá a nacionalidade para quem nascer no país. 

Não foi fácil, mas eles venceram, e hoje cada um tem sua família, um deles até conseguiu se legalizar e hoje tem a cidadania americana. 


A vida é assim, às vezes as pessoas se deparam com algo que não esperava que fosse acontecer. Às vezes um fiasco que você dá tudo pode mudar.  Os pais que estão no Brasil já fizeram de tudo para voltar com visto mas não conseguiram. Pediram perdão na corte americana mas não foi aceito. Quem entra pelo México ilegalmente e é descoberto não tem perdão.  Agora eles estão mais velhos e não tem mais coragem de se arriscar e entrar ilegalmente de novo pelo México como é o caso de muita gente. 


Já fazem dez anos que Kátia voltou ao Estados Unidos e me disse que sente muita saudade de seus pais, não vê a hora em que seus pais possam vir conhecer o neto. Reunir a família de novo se tornou um sonho quase impossível.  

A corte americana tem uma pena maior para quem entra ilegalmente pelo México. Desses, alguns passam a vida inteira tentando e não conseguem se legalizar  mesmo  casando-se com cidadãos americano. 


Esses pais irão demorar muito tempo para ver seus filhos, mas como a esperança é a última que morre eles continuaram  tentando.  

Katia não pode ir ao Brasil porque se for não consegue retornar. Quem fica ilegal e é pego tem uma pena de dez anos sem poder retornar.  Agora ela tem um filho americano, o filho poderia ir ao Brasil e retornar mas ela não. Enquanto isso é seguir trabalhando e vivendo a vida que tem que ser vivida do jeito como Deus queira. 


Para finalizar eu quero dizer que já ouvi muita gente falando que não tem esse sonho americano ou que  não entende porque as pessoas têm esse sonho com Estados Unidos. Quem não entende è porque nada o levou a pensar nisto, mas se um dia você estiver em uma situação que precise deste país para algo você vai entender o que significa esse sonho. Enquanto isso vamos continuar respeitando os sonhos dos outros. Sonhar faz parte da vida de alguns.

É a vida acontecendo, são pessoas, seres humanos se movendo no mundo com suas aspirações, sonhos e sofrimento. Desta forma o mundo se transforma. A vida muda, o sonho muda mas ele nunca morre.


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25/07/2021

A viagem de Laura - brasileiros no exterior- Blog

Esta é uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência




“A América é muito grande para sonhos pequenos.” Ronald Reagan


Essa pequena história pretende colocar o leitor no mundo encantado da vida de brasileiros vivendo legal ou ilegal no exterior.

Conto a história de uma jovem e de como ela teve que ficar longe de seus pais desde pequena para realizar o famoso "sonho americano." Mal ela sabia o que teria que passar para encontrar seus pais.


A viagem de Laura

 Ela estava no carro juntamente com outra pessoa, e a outra a chamava pelo apelido de coiote e dizia:"-Coiote, pega o cigarro pra mim." Eu não sabia o que isso significava e perguntei: - Porque ela te chama desse jeito? Então ela me contou sua história e como veio parar nos Estados Unidos.

Laura tem um filho e todos os dias deixa seu filho na casa da babá e entra no carro da patroa e juntas seguem para mais dia de Lere. As duas mulheres brasileiras, de  personalidades fortes,  trabalham de faxineira, e Laura é a ajudante. Está nos Estados Unidos há três anos.

Ela  é jovem, ajudante, alegre e feliz. Ela me contou que seus pais a deixaram no Brasil com sua avó ainda com 11 anos de idade. Os pais atravessaram a fronteira com o México há 7 anos atrás e vivem em uma pequena cidade da costa norte de New Jersey.


Ela ficou triste quando seus pais foram embora, mas aceitou porque os pais contaram que estavam indo atrás de melhores condições de vida para ela.   Ela entendeu que era um momento difícil e ficou bem ao lado de sua avó. Seus pais enviavam presentes sempre e se comunicavam quase todos os dias com ela. Mandavam dinheiro para os avós comprarem tudo que ela queria comer e fazer de tudo para Laura ter uma melhor qualidade de vida.


Estados Unidos era o sonho de Laura, um dia chegaria lá. Sonhava em reencontrar seus pais. O país conseguiu se arranjar no país e viviam bem, conseguiam se comunicar quase todos os dias. Laura ficava feliz de falar com  os pais mas sentia muita saudade. Ela foi crescendo assim foi sozinha longe deles. Ela pensava todos os dias em seus pais e ficava imaginando o dia em que os encontraria novamente. Foi crescendo e se desenvolvendo bem como todas as crianças do povoado, esses povoados de roça  em algum lugar do Brasil; indo para a escola a pé, andando pelas ruas de terra sujando-se e brincando com os muitos amigos da escola e os vizinhos de roça. Gostava de brincar e correr com as galinhas, se sujar na lama em dias de chuva e à noite sua avó lhe contava histórias que ela gostava.  Comia cuscuz e pão de queijo que sua vò mesmo fazia.


Seu sonho desde pequena era encontrar seus pais. Um dia ela percebeu que estava crescendo e cada dia mais lembrava a promessa que seus pais haviam feito e disseram:

" Filha, quando você fizer dezoito anos vai juntar-se a nós!" E então prometeram fazer tudo o que precisasse para que a promessa fosse cumprida.


Quando estava perto de completar seus dezoito anos Laura ficou sabendo que poderia começar os preparativos para que ela finalmente pudesse viajar para onde seus pais estavam. Foram dias e meses de emoção para os preparativos da viagem e  Laura achava que este dia nunca chegaria mais.  Tirou fotografia, e ficou toda orgulhosa com seu primeiro passaporte.


Lá vai ela, comprou uma mala grande e colocou seus sonhos e  suas melhores roupas dentro dela. Se arrumou linda, comprou roupas novas, colocou sainha e bota compridas, ouviu falar que lá fazia frio.  Bolsa a tiracolo e lá foi ela para o aeroporto  Disse-me que foi a maior alegria no aeroporto, a família da avó todo mundo do povoado foi se despedir dela.  Saiu linda, feliz , rica e nunca imaginava o que viria pela frente e as dificuldades que iria enfrentar. 


Laura entrou no avião meio assustada mas feliz porque iria reencontrar seus pais. O voo foi direto para o México, ela sabia que iria ter que atravessar e entrar ilegalmente no país mas não imaginava que fosse tão difícil. Os pais não esconderam dela e passaram toda a dica do que ela teria que fazer , com quem falar e quem iria acompanhá-la. Chegando no México alguns homens estranhos pegaram ela no aeroporto e levaram ela juntamente com outros latino americanos para uma casa dentro do mato. Neste  momento ela percebeu que teria dificuldades para encontrá-los e ficou com um pouco de medo. Laura ficou forte e pensou positivo. Nesta casa ela ficou mais de quinze dias aguardando. Disse-me que logo que chegou na casa um homem mal encarado que cuidava de todos disse a ela: "- Me dá essa bota que minha irmã quer uma dessa!” Ela não ia desobedecer uma ordem do mal encarado, tirou a bota e deu. Aos poucos ele foi pedindo tudo, bolsa, vestido etc. e ela ficou apenas de blusinha curta e um shortinho daqueles que se usa no alto verão insuportável do Brasil. Passados quinze dias, ela já não aguentava mais ficar naquela casa com um monte de estranhos e um monte de mal encarados fazendo guarda. 


Passado este tempo Laura foi mandada para um buraco escuro e  disseram que ela tinha que ficar neste buraco até poder ser transferida para o outro lado da fronteira. Ficou três dias dentro desse buraco sujo. Os homens, todos mal encarados, traziam comida e água para ela. Em um momento um dos homens mal encarados, os chamados coiotes, que são pagos para fazer a travessia de ilegais a chamou e disse: “- Laura, está vendo aquele campo de futebol ali?

"-Então, você vai atravessar ele correndo. Na hora que eu disser vai,você corre bem no meio em linha reta no meio do jogo mesmo. Seus pais estão te esperando do outro lado, e lá já é Estados Unidos."


Ela me contou que na hora que ele falou que seus pais estavam do outro lado ela saiu em disparada no meio do jogo só de blusinha e short e chegou do outro lado. Foi uma alegria porque realmente lá estava seu pai e sua mãe. Foram dias felizes, teve churrasco, forró e cerveja. O pai tinha até feito uma promessa que nunca mais iria fumar caso conseguisse encontrar a filha neste país,  perguntei se ele cumpriu a promessa e a resposta foi: "- Nunca mais ele botou um cigarro na boca" Já Laura, segue fumando…..


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27/05/2010

Etiqueta na mesa oriental Japão

Gente boa segue abaixo um pequeno texto sobre as regras de como se comportar na mesa em um jantar oriental. Estas que escrevi tratam-se às regras do Japao as de outros paises orientais são diferentes.

Na mesa em casa ou no restaurante


Se você for mulher: nunca sirva arroz para você antes de servir primeiro todos os homens que estão ao seu lado, e depois as mulheres, e por último sirva-se! É feio uma mulher servir o primeiro arroz para ela mesma.  Lembre-se sempre que em caso de guerra são eles que irão proteger o teu país.Segure a cuia de arroz ou de sopa de uma forma bem elegante, encoste-o em sua boca e coma com muita elegância. Pode até escapar e você sem querer fazer um pouco de barulho ao comer, não tem problema, ninguém repara nisso. Só não faça mais barulho que um homem, se o fizer todos irão reparar e dizer que você não tem educação Pode falar com a boca cheia contanto que bote a mão na boca enquanto fala, não se preocupe eles vão entender o que você quer dizer. De qualquer forma, com a boca cheia ou vazia, fique quieta, é chiquérrimo mulher de boca fechada.


Se estiver acompanhada com o marido, tem mais um motivo pra ficar de boca fechada, esposas não ficam falando, quem fala é o marido. Se por acaso você falar ou alguém perguntar algo, só fale se o que você for falar estiver de acordo com o que seu marido, afinal você é a mulher e pensa como ele.


Quando terminar de comer, não importa se tem outras mulheres no recinto, corra na frente e seja você a primeira a servir o chá para todos que estão ali. É elegante servir o chá e se você for solteira todos os homens vão te amar, se for casada não se preocupe eles vão te amar também. Nunca esqueça de servir primeiro os homens, eles estão com muita sede. As mulheres, se quiserem chá, esperem os homens serem servidos em primeiro lugar.


Se você estiver comendo um macarrão daqueles com bastante caldo, cuidado com o barulho, faça na altura somente para que o cozinheiro perceba que você está gostando.


Se você for homem :

Espere que a mulher ao seu lado irá te servir o arroz, conte com ela e mesmo antes de acabar o último grão de arroz de sua cuia ela irá te servir novamente.


Sirva a ela somente a bebida alcoólica, cada vez que ela beber um pouco e o copo estiver esvaziando encha-o até a boca. E espera que ela também te sirva. Se ao seu lado ou na sua frente estiver sentado um homem, sirva bebida alcoólica a eles também. 

Se a bebida for chá, não serve em hipótese nenhuma, nem a você, nem a ninguém. Isto é papel das mulheres. Não fica bem para um homem servir chá.


Na hora de comer, não sinta vergonha, pegue as coisas do jeito que quiser, faça barulho com a boca, fale com a boca cheia, ninguém vai reparar você é homem, fique à vontade. Vale até soltar uns gases e arrotos, se estiver com amigos bem íntimos, se estiver com pessoas que não tem tanta intimidade, pode arrotar a vontade, soltar gases, não.


Se a comida for um macarrão, daqueles com bastante caldo, faça bastante barulho. Os homens sempre fazem mais barulho, o cozinheiro vai adorar, é sinal de que você está gostando.



Se o jantar for na sua casa: Você mesma tem que fazer a comida, nem pense em comprar pronta. Passe o dia cozinhando. Se você avisou os convidados do horário do jantar não se preocupe, todos os convidados irão chegar na hora certa. Incrível que eles chegam todos juntos, você vai abrir a porta e estão todos lá em frente. É quase de praxe que somente o seu marido chegará atrasado, afinal ele é muito ocupado, e não tem tempo de fazer sala para visitas (a não ser que os convidados sejam pessoas famosas e importantes). O marido tem que ser ocupado e trabalhar bastante, senão seus convidados vão pensar que ele está com problemas. Deixe seu marido fazer o que quiser, até deitar no meio da sala e dormir. 


Sirva o arroz e não se esqueça de dizer que não ficou gostoso, e que você não sabe cozinhar, mas que está se esforçando para aprender. Mesmo que esteja delicioso e tenha estudado culinária durante muitos anos, seja humilde. Quando eles comerem e sentir que está saboroso eles vão gostar mais ainda porque esperaram uma comida ruim e veio uma comida boa. Aceite os elogios da comida e agradeça. Em alguns aspectos eles são meio parecidos com os portugueses , não estranhe.


Aceita todos os presentes que os convidados vão te trazer, se for comida abra na hora certa e sirva a todos.  Já tive ocasiões em que meu convidado não foi embora enquanto eu não abri e servi a comida que ele trouxe.


Quando todos terminarem sirva o chá verde sem falta. É horrível terminar a refeição e a dona da casa não servir o chá. Não se esquecendo de servir primeiro os homens, do mais velho para os mais novos, as crianças, e só por último as mulheres e você mesma.


Se você foi convidada: Ao chegar na porta tire o seu sapato, emparelhe ele lado a lado e aproveite para emparelhar alguns outros sapatos. Algum homem ou criança pode ter deixado os sapatos desajeitados, e você pode arrumar, seja gentil sempre. Antes de entrar na casa diga: ”- Vou te atrapalhar.” Entregue o presentinho que você trouxe para a família, nunca deixe de levar algo, pode ser até uma simples lembrança mas tem que levar. E feio chegar de mãos abanando. 


Não seja besta de elogiar nada que esteja dentro da casa do seu anfitrião, seja um quadro, uma foto, um tapete. Fique na sua. Se por acaso você elogiar e ela te dar o objeto elogiado, não estranhe e não aceite. Aceitar è falta de educação e você não vai querer ser mal educada. Tome cuidado e não elogie coisas pequenas, elogie coisas grandes que você não possa carregar como por ex. jardim, a casa, as árvores em volta. Não elogie o marido dela, nunca. 

Se você for uma visita importante, e está vindo do exterior para fazer uma palestra e não conhece as regras e elogiar, aceite o que a dona da casa te dar.

As primeiras vezes que eu fui no Japão, todas as vezes que eu visitava alguém eu sempre saia cheia de presentes, eu não conhecia estas regras e não entendia porque. Um dia fiquei sabendo disso e então comecei a tomar mais cuidado. Eu achava estranho eles oferecerem as coisas da casa, mas era porque eu tinha elogiado e não porque queriam me dar na realidade. 



Se você for mulher: Deixe os homens na sala e vá pra cozinha, e lá você pode rir, falar alto, brincar. Tenha toda liberdade, pode ficar à vontade. Se você for homem, não entre na cozinha, no Japão a cozinha é o santuário das mulheres, homem não entra!! 


Coma tudo que te oferecerem e não seja a primeira a levantar da mesa, nunca. Quando você se levantou, todos levantaram juntos e acabou o jantar. Ou ficam todos sentados ou todos levantam, não estrague o jantar dos outros e fique sentada.  Você poderá acabar de vez com o jantar na hora errada. Espere que a dona da casa o faça primeiro, ela vai servir o chá com uns docinhos e aí sim, depois do chá pode se levantar à vontade.


Antes de ir embora, agradeça o jantar e quando estiver com o sapato no pé, e após o seu marido falar ,diga:-

"Já te atrapalhei.” 

E vá embora dando tchau com as mãos até que não aviste mais ninguém.


Se você for estrangeiro e está visitando o Japão pela primeira vez, não precisa seguir estas regras! Fique à vontade, a casa é sua.



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