03/10/2021

Vida e Sonho de Isaura - EUA

Essa é uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência 


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 Só uma mulher muito forte tem essa coragem de pegar seus quatro filhos e atravessar a fronteira terrestre pela fronteira do  México e entrar  ilegalmente nos Estados Unidos . Ela chegou faz quatro semanas. Trouxe todos os filhos com ela, um casal de gêmeos com seis anos, uma menina de doze e um adolescente menino  de 17 anos. Eles vieram de uma pequena cidade do interior do norte de Minas Gerais, Brasil.


Eu conheci essa brasileira corajosa e logo de cara percebi que ela era uma mulher forte. Nos apresentamos tomamos um café e logo em seguida já começou a me contar sua história e como veio parar nos Estados Unidos.  


Com lágrimas nos olhos ela me disse que ninguém ajudava ela a cuidar de seus quatro filhos e que um dia queria ser imigrante. O pai das crianças não quis nem saber, quando se separaram ele deu as costas para a família e nunca ajudou ela em nada. 

No começo ela até insistia para o pai ir ver os filhos mas ele não ligava, então ela desistiu de vez. A família dela também não queria saber de ajudá-la. 


Ela me dizia que haviam passado fome e como teve que ser forte para continuar lutando para que não faltasse comida. Os meus olhos também enchiam de lágrimas e eu contei a ela um pouco da história da minha vida, nos emocionamos juntas neste dia. Ela se emocionava com a minha história e eu com a dela.


A vontade dela era um dia largar aquela vida dura no Brasil de cuidar sozinha dos filhos e ir para os Estados Unidos para tentar uma vida diferente. Era um sonho a realizar e no pensamento dela já tinha tudo organizado e os passos que daria para chegar até lá. 


Ela sempre pensava que chegando neste outro país seus filhos estudariam em uma escola melhor, teriam melhor alimentação e por isso fez todo esse esforço para sair do Brasil, pelos seus filhos. Queria dar  uma melhor educação para os filhos,e ganhar um pouco mais de dinheiro,  guardar uma, pois sonhava em comprar sua casa própria no Brasil.Ela sabia que da forma como vivia no Brasil e da falta de oportunidades naquela cidade pequena seu sonho da casa própria ficaria cada vez mais longe.


Aos poucos o pequeno negócio dela foi crescendo e ela montou um pequeno restaurante. A vida começou a melhorar desde quando ela fez esse restaurante, os filhos maiores ajudavam os menores. 


Mesmo depois do restaurante montado ela ainda tinha essa vontade de viajar e não parava de pensar nisso. Um dia ela  decidiu que iria e nada e nem ninguém a impediria de seguir seu sonho. Várias famílias de sua cidade já tinham ido, ela poderia ir também, pensava. Então resolveu se preparar, começou a guardar dinheiro, pagou as dívidas para ter crédito no banco e poder ter alguns cartões de crédito que a ajudariam chegar no México e passar pela imigração sem problemas. Aos poucos aquele sonho começava a ter um formato real e ela via que seria possível tornar realidade aquele sonho. 


O preparo para a viagem durou alguns anos, pois, a família era grande, e só de passagens era muito dinheiro para ela pagar sozinha. Lembrava que tinha que pagar também as pessoas que a ajudariam atravessar quando chegasse na fronteira.  Quando estava tudo pronto, ela pediu alguns cartões de crédito em vários bancos,  comprou as passagens no cartão de crédito. O dinheiro que ela tinha dava apenas para pagar as passagens até o México e pagar os coiotes que a levariam até a fronteira e a ajudariam atravessar para o outro lado que era Estados Unidos. Não sobraria nenhum centavo para começar a vida quando chegasse do outro lado. Comprou malas, roupas novas para as crianças, pegou alguns  cartões de crédito e levava o dinheiro na carteira que era uma quantia grande para pagar os coiotes.   


Essa historia se passa a mais de 4 anos e o sistema de entrada no Mexico para os brasileiros tinha acabado de ter uma mudança, estava facil entrar no Mexico, bastava preencher um formulario online no site do Consulado mexicano e pronto.  Era só chegar na imigração do México e  mostrar os cartões e o dinheiro e pronto, carimbo no passaporte e visto de seis meses para qualquer cidadão brasileiro. E do México era só seguir para a fronteira com os Estados Unidos.


Também era conhecido que na época quando essa história acontece todas as pessoas que chegassem na fronteira dos Estados Unidos com crianças eles colocariam para dentro dos Estados Unidos e ajudariam a pessoa a ficar lá, dando asilo. Muita gente entrou dessa forma. Teve pessoas que até pegaram os filhos de outros dizendo que eram seus para entrar. Houve muita confusão na fronteira mas no final quem era pra entrar entrou.


Nós rimos quando ela disse:

"- Que turista que nada minha filha, eu estava indo para a fronteira atravessar a pè. Torcer para ser encontrada na fronteira dentro dos Estados Unidos entrando ilegalmente.” Os cartões já não tinham crédito e o dinheiro já estava comprometido com o pagamento dos coiotes.


Até a chegada no México foi tranquilo, mas a  partir do portão de saída do aeroporto da Cidade do México tudo mudou, a vida de dureza começou.  Do outro lado, após passar pela imigração bem no portão de saída para o México já  encontrou o coiote.  Ele sabia a cor da roupa dela, das crianças, tipo de mala etc.,  tudo resolvido antecipadamente. O coiote passou do lado e mostrou uma tela do celular  com o nome dela e ela acompanhou ele. 


Saiu tipo rica do Brasil com dinheiro na carteira e  no México já ficou pobre. Ela sabia que o dinheiro da carteira era apenas para mostrar aos agentes da  imigração “- Entreguei todo o dinheiro na mão do coiote,” me disse. 


Do aeroporto, o coiote conduziu ela e os filhos até um ônibus que a levou na fronteira do México com os Estados Unidos. O caminho até lá era pelo meio do mato. Chegaram próximo a fronteira e a  partir deste ponto ainda em territorio mexicano  seguiram  a pé pelo deserto ate alcançar o deserto ja no lado dos Estados Unidos. Foi uma grande caminhada. 


Esta fronteira onde ela chegou não tem o porto de entrada ou seja uma imigração que controla o fluxo dos imigrantes. As pessoas vão andando uma parte por água , outra pelo deserto. Quem mostra o caminho são os coiotes. Esses que recebem dinheiro para colocar as pessoas de alguma forma para dentro dos Estados Unidos. Ela foi fazendo o caminho que os coiotes iam indicando. Era uma turma grande de pessoas caminhando juntos.


Teve um momento que ela já estava tão cansada que não conseguia mais andar com nada. Ela diz que andou tanto que foi largando as malas para trás. Pegava algumas roupas, as melhores  e tentava carregar, quando não dava mais, largava pra trás. Ela e seus quatro filhos chegaram nos Estados Unidos somente com a roupa do corpo, a bolsa de mão e o telefone.


 Quando não aguentava mais caminhar, as crianças cansadas, todo mundo com fome e sede, e foi nesse momento que ela foi pega ainda pela imigração do México. Conta que ficou morrendo de medo porque todas as pessoas que eram encontradas pela imigração mexicana acabavam presas lá mesmo e sendo deportadas para o país de origem. 


Foram para uma prisão suja e fedida,  ela me disse que ficavam umas cem pessoas em um só cômodo, o banheiro não tinha porta. Tudo lá dentro era filmado. O vaso sanitário era apenas um buraco no chão com uma câmera em cima para vigiar. Ali passou um dia e meio. Foi na manhã do próximo dia que ela recebeu um telefonema do coiote dizendo que ela estava liberada e que ele estaria na porta de saída  e a conduziria para outra fronteira já que nessa não deu para entrar.


Lá vai ela com seus três filhos caminhando, pegaram um ônibus, só com a roupa do corpo, algum alimento na bolsa de mão que ela pegou na prisão do México.  Pegaram um ônibus e fizeram um pequeno trecho de 5 horas e depois começaram a caminhar novamente e assim foi o dia todo e finalmente  conseguiram atravessar a fronteira  e entrar em território americano. 


Andou muito já dentro do território americano e quando já não aguentava mais apareceu um agente da imigração americana e ela foi encontrada junto com outras pessoas.  

Ficou feliz pois sabia que o sonho de entrar nos Estados Unidos tinha se realizado.  Ali mesmo eles já tomaram água e receberam comida. Disse que foram muito bem tratados pelos agentes americanos. Mal sabia ela o que viria ainda pela frente. 


Todos os encontrados junto com ela foram fazer o teste de covid. O teste de Isaura e de seu filho maior deu positivo e eles foram levados para um hotel que tinha virado hospital de campanha para imigrantes ali próximo a fronteira mesmo. Tudo isso e ainda junto o medo de ser mandada de volta para o Brasil. O que ninguém quer é ser mandado de volta, além da vergonha ainda não tem mais nada, nem dinheiro, nem casa, nem trabalho.  


Ficaram vinte dias  em tratamento nesse hospital de campanha, a família toda foi junto. Receberam toda a assistência que precisam sem pagar nada, claro, aliás se precisasse pagar nem teriam dinheiro, às crianças ficavam juntas e elas brincavam no hospital que tinha brinquedos, alimentos, roupas e doces. Não faltou comida para ninguém da família, ninguém passou fome, nem sede. 


 Laura estava desesperada para sair daquele hospital emergencial, pois, tinha que continuar sua vida, quatro filhos para criar, e ainda tinha as dívidas com os coiotes e fora as dívidas que deixou no Brasil. Primeiro tem que pagar os coiotes e depois as outras.   


Quando parecia  que as coisas começaram  a dar  certo depois que se curaram da covid, foram encaminhados para uma  prisão de imigrantes ilegais ali próximo à  fronteira. Permaneceram mais 15 dias e ainda tinha muita coisa para acontecer pela frente. Isaura não parava de rezar e pedir a Deus que liberasse ela o mais rápido possível pois as crianças estavam cansadas e ela já não aguentava mais toda aquela situação. 


Em uma manhã,  um agente a chamou e a levou para fazer  o exame de DNA para se um dia precisar confirmar que os filhos são dela mesmo.  Um advogado também conversou com ela,  e disse que seria o advogado dela para as questões de visto. Tinha que esperar o advogado  confirmar todo o acontecimento e dar o número de um caso, um endereço de um fórum  e o nome de um juiz onde ela vai ter que comparecer para se explicar melhor. 


Porque Isaura estava em território americano? O que Isaura estava tentando fazer? Qual é a história da vida de Isaura no Brasil? Como ela vivia em seu país? Onde está o pai de seus filhos? O juiz depois de ouvir tudo ele vai dar um parecer e dizer se Isaura poderá permanecer nos Estados Unidos trabalhando e cuidando de seus filhos. Após quinze dias foram liberados e uma família na pequena cidade da costa sul do estado de New Jersey acolheu Isaura e seus filhos. Ficaram todos dormindo em uma sala.


Ela me contou que no dia que chegou nessa casa teve um ataque de choro tão forte que todos se assustaram. Ficou um pouco apertado mas é provisório. Isaura agora está juntando dinheiro para poder dar um sinal de depósito do aluguel da casa  para ela e seus filhos morarem. Sim, ela já está trabalhando como ajudante de faxina e seu filho mais velho, o de 17  anos também trabalha como ajudante de pedreiro. 


Agora é organizar a vida, colocar as crianças na escola e viver o melhor de seus sonhos. É um sonho, mas que tem que trabalhar e muito para se manter. Depois de tudo isso talvez passar a vida toda trabalhando de 

faxineira na casa de americanos para manter a vida neste país onde nada é fácil. O país onde o filho chora e a mãe não vê, diz o ditado popular dos imigrantes ilegais brasileiros. 


Trabalhava de cozinheira todos os dias em um restaurante pequeno no centro dessa pequena cidade na costa sul do estado de New Jersey. Para economizar e fazer mais renda, ela começou a fazer comida aos finais de semana quando estava em casa. Mesmo cansada, ela continuava trabalhando aos finais de semana. 


O filho mais velho de Isaura é um menino super inteligente e esforçado, já chegou falando inglês, pois como a mãe comentava desde pequeno lá no Brasil que queria um dia imigrar aos Estados Unidos. Ele estudou sozinho em casa para aprender a falar inglês, e hoje o menino traduz tudo para a mãe. 


Isaura me contou sua história com muita emoção, uma história de sucesso, ela conseguiu entrar, seus filhos já estavam estudando e ainda precisava organizar os documentos da escola dos quatro filhos


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02/09/2021

O aniversario do menino

Aniversario de uma menino nos Estados Unidos, imigrantes e suas impressoes

Esta è uma história de ficção e qualquer semelhança com a realidade è mera coincidência


Todos os dias de manhã quando sua mãe acordava e começava os preparativos para levar as crianças na escola, Steve já estava acordado brincando com seus irmãos no andar de baixo da grande casa de três andares. Ele e seus irmãos não tinham limites nessas poucas horas  que não tinha nenhum adulto inspecionando.  Parece que combinavam de acordar todos no mesmo horário. Subiam nos balcões da cozinha para pegar doces, balas e biscoitos. Além de comer todos os doces que queriam, tiravam  todos os brinquedos do armário, mas, não brincavam com nenhum,  e esparramavam todos os brinquedos pelo chão  do andar de baixo.

Às vezes eles  brincavam com um brinquedo durante bastante tempo, mas era raro. Todos os dias eles aproveitavam que seus pais ainda dormiam e faziam tudo o que queriam. Foi interessante ver as crianças fazendo tudo que não podem fazer perto dos pais.  Eu só observava, fazia apenas 20 dias que eu estava ali e eu ficava de olho para ver se eles poderiam se machucar com algo. 

As crianças estavam livres todas as manhãs. Ali naquela parte da casa, cozinha e sala de tv as crianças faziam tipo festa, comia o que queriam, dava uma mordida largava e pegava outra comida etc. Os três sempre consentiram  em ver o desenho animado que o outro queria, então não tinha briga. Talvez eles soubessem que não podia assistir a essa hora. Normalmente estavam vendo os animes de ninjas do Japão.

Quando a mãe de Steve acordou neste dia ela desceu as escadas e ao chegar na sala viu que as crianças já estavam todas em frente ao computador sentados em uma mesma cadeira.   Os três sempre consentiram  em ver o desenho animado que o outro queria, então não tinha briga. Talvez eles soubessem que não podia assistir a essa hora. Eu sempre dava uma olhadinha pra ver o que eles gostavam e normalmente estavam vendo os animes de ninjas do Japão.

Quando viram a mãe todos pularam da cadeira e correram atrás dela. Se arrumavam  com roupa social como se fossem gente grande; aliás, todos os dias de manhã usavam roupas sociais, um tipo esporte fino e a menina ia com os melhores vestidos, sapatos e cabelo arrumado.

Steve, o menino do meio fazia aniversário, ele sabia e  acordou mais cedo que seus irmãos e pulou em cima deles para acordá-los e foram todos ao andar de baixo. No balcão grande da cozinha havia algumas caixas com bala, alguns brinquedos e lembrancinhas de aniversário. Steve subiu em cima do balcão e começou a tirar tudo de dentro. Olhou todos os saquinhos e foi brincar.

Ele estava fazendo cinco aninhos, mas já andava com roupas sociais como se fosse um homem adulto. Até gravata infantil ele usava às sextas à noite ou em algum evento especial. Steve é um menino de cabelos pretos, pele branca e olhos azuis como de uma água cristalina, e muito meigo.

Neste dia ajudaram a carregar as pequenas caixas e foram para a escola, o ônibus passava para pegar os maiores e um outro carro pegava a menor, mas neste dia Steve e seu irmão mais velho foram de carro com a mãe. Enquanto isso, o bebe ainda dormia lá em cima com o pai.

Eu vi que tinha uma atmosfera bonita no ar, quando as  crianças voltavam da escola, elas voltaram cantando e Steve tinha uma coroa na cabeça, hoje ele era o Rei.  Como sempre iam dormir às sete horas da noite todos os dias.  Não é porque Steve faz aniversário que pode ir dormir a hora que quiser. Quem manda no tempo é a mãe e como de costume as crianças foram dormir no mesmo horário. As quatro horas da tarde já estavam começando a refeição do jantar. 

O jantar sempre  durava bastante  tempo, e sua mãe tinha paciência para esperar até que todos comessem alguma coisa. Um comia correndo, um sentado, o outro em pé, comia como quisessem, todos os dias da semana eram assim, parecia festa.  Todos os  finais de semana as crianças já sabiam: festa na sexta e continuava no sábado. Mesmo no final de semana o jantar e o  horário de dormir eram iguais, nada mudava. 

Quando acordou no outro dia  bem cedinho, após seu aniversário  antes de todos viu que a sala de estar estava toda enfeitada; decorada com balões de gás, um tema de desenho animado e a mesa já posta, faltava só a comida.  Steve estava feliz.

Naquela tarde começaram a chegar muitas outras crianças e uma pequena festa aconteceu neste dia. As crianças aproveitaram os doces, bolos, balões e se divertiram muito. Não houve nada de errado, nenhum choro, todas se comportaram muito bem. Sentaram todos na mesa para comer o bolo. Steve ganhou alguns presentes e foram mais brinquedos e teve um que ele gostou mais e brincou a festa toda com este.

 Quando acabou a festa sua mãe pegou os balões de gás e colocou todos em volta da cama de Steve, ficou muito bonito o quarto dos meninos. Os balões ficaram dias ali até murcharem e serem retirados. 

Foi a  comemoração mais linda e duradoura que eu já vi de um aniversário.  A festa do menino ortodoxo durou 5 dias.  Eu já tinha certeza que quando a mãe está fazendo algo para a criança elas ficam muito boazinhas. Eu percebi que a mãe esticou aquela festa de aniversário para o menino se comportar. Foi um sucesso, meta alcançada. Uma festa simples, pequena com pessoas que  a criança ama , e tudo o que elas precisam. As crianças precisam de tempo, espaço, disciplina e amor para desenvolver todo seu potencial.

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08/08/2021

História de Espiritos no Japão- Blog

Aqui todo mundo sabe ou ja viu algum espirito andando por ai ou dentro de alguma casa.


A primeira vez que vi um espírito no Japão foi em uma estação de trem em Tokyo. Até então  eu não sabia que Japão é o país onde os espíritos andam na terra. 



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Era uma bela manhã de outono em Tokyo, maior cidade do Japão, e maior centro econômico do mundo junto com São Paulo e Nova Iorque , ainda era os anos 80. A globalização estava a todo vapor e em pleno centro da cidade de Tokio aconteceu.


Estava eu visitando  a tia por uns dias e quis ir dar um rolê no final da tarde. Estava aprendendo a andar sozinha no Japão e dava para me virar bem sendo analfabeta, lendo hiragana e katakana, que são duas escritas para analfabetos. Me arrumei toda e fui para a estação de trem. Deu tudo certo, as dificuldades de sempre para comprar o bilhete nas maquinas, mas comprei meu bilhete, passei a catraca e cheguei na plataforma. 


Haviam algumas pessoas na plataforma, e eu caminhei mais a frente e sentei no banquinho de madeira que estava à minha esquerda. Olhei para o lado e vi uma senhora sentada ao meu lado sorrindo, e eu sorri para ela. Quando eu virei de novo e fui olhar: “-Cade a mulher?” Perguntei a mim mesma em pensamento. A mulher não estava mais lá, de repente desapareceu. Olhei a frente e vi que uma pessoa andava, mas sem as pernas, e desapareceu no meio das pessoas que estavam ali em pe esperando o trem.

Eu fiquei assustada demais, pois tinha certeza que a mulher estava do meu lado. Voltei para casa assustada e já não queria mais ir a lugar algum. 


Abri a portinha de correr da sala da tia, entrei ofegante e a tia perguntou:

" - Já voltou?"  Assustada eu contei a ela o que aconteceu, que tinha visto uma mulher ao meu lado, andou mas não tinha pernas. Ela disse:

"- Aqui todo mundo já viu este obaque, (fantasma)  ela não tem perna, está sempre lá na estação, nunca sai de lá." Disse ela rindo e debochando como quem diz:

"-Tá com medo de que mesmo? 

-" Nao precisa ficar com medo, ela é boazinha.  


Desde então os espíritos apareciam para mim, foram várias ocasiões. Quando eu contava a  alguém  o que estava vendo, todos diziam "- Ah tudo bem, isso é normal. Aqui todo mundo vê." 




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25/07/2021

A viagem de Laura - brasileiros no exterior- Blog

Esta é uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência




“A América é muito grande para sonhos pequenos.” Ronald Reagan


Essa pequena história pretende colocar o leitor no mundo encantado da vida de brasileiros vivendo legal ou ilegal no exterior.

Conto a história de uma jovem e de como ela teve que ficar longe de seus pais desde pequena para realizar o famoso "sonho americano." Mal ela sabia o que teria que passar para encontrar seus pais.


A viagem de Laura

 Ela estava no carro juntamente com outra pessoa, e a outra a chamava pelo apelido de coiote e dizia:"-Coiote, pega o cigarro pra mim." Eu não sabia o que isso significava e perguntei: - Porque ela te chama desse jeito? Então ela me contou sua história e como veio parar nos Estados Unidos.

Laura tem um filho e todos os dias deixa seu filho na casa da babá e entra no carro da patroa e juntas seguem para mais dia de Lere. As duas mulheres brasileiras, de  personalidades fortes,  trabalham de faxineira, e Laura é a ajudante. Está nos Estados Unidos há três anos.

Ela  é jovem, ajudante, alegre e feliz. Ela me contou que seus pais a deixaram no Brasil com sua avó ainda com 11 anos de idade. Os pais atravessaram a fronteira com o México há 7 anos atrás e vivem em uma pequena cidade da costa norte de New Jersey.


Ela ficou triste quando seus pais foram embora, mas aceitou porque os pais contaram que estavam indo atrás de melhores condições de vida para ela.   Ela entendeu que era um momento difícil e ficou bem ao lado de sua avó. Seus pais enviavam presentes sempre e se comunicavam quase todos os dias com ela. Mandavam dinheiro para os avós comprarem tudo que ela queria comer e fazer de tudo para Laura ter uma melhor qualidade de vida.


Estados Unidos era o sonho de Laura, um dia chegaria lá. Sonhava em reencontrar seus pais. O país conseguiu se arranjar no país e viviam bem, conseguiam se comunicar quase todos os dias. Laura ficava feliz de falar com  os pais mas sentia muita saudade. Ela foi crescendo assim foi sozinha longe deles. Ela pensava todos os dias em seus pais e ficava imaginando o dia em que os encontraria novamente. Foi crescendo e se desenvolvendo bem como todas as crianças do povoado, esses povoados de roça  em algum lugar do Brasil; indo para a escola a pé, andando pelas ruas de terra sujando-se e brincando com os muitos amigos da escola e os vizinhos de roça. Gostava de brincar e correr com as galinhas, se sujar na lama em dias de chuva e à noite sua avó lhe contava histórias que ela gostava.  Comia cuscuz e pão de queijo que sua vò mesmo fazia.


Seu sonho desde pequena era encontrar seus pais. Um dia ela percebeu que estava crescendo e cada dia mais lembrava a promessa que seus pais haviam feito e disseram:

" Filha, quando você fizer dezoito anos vai juntar-se a nós!" E então prometeram fazer tudo o que precisasse para que a promessa fosse cumprida.


Quando estava perto de completar seus dezoito anos Laura ficou sabendo que poderia começar os preparativos para que ela finalmente pudesse viajar para onde seus pais estavam. Foram dias e meses de emoção para os preparativos da viagem e  Laura achava que este dia nunca chegaria mais.  Tirou fotografia, e ficou toda orgulhosa com seu primeiro passaporte.


Lá vai ela, comprou uma mala grande e colocou seus sonhos e  suas melhores roupas dentro dela. Se arrumou linda, comprou roupas novas, colocou sainha e bota compridas, ouviu falar que lá fazia frio.  Bolsa a tiracolo e lá foi ela para o aeroporto  Disse-me que foi a maior alegria no aeroporto, a família da avó todo mundo do povoado foi se despedir dela.  Saiu linda, feliz , rica e nunca imaginava o que viria pela frente e as dificuldades que iria enfrentar. 


Laura entrou no avião meio assustada mas feliz porque iria reencontrar seus pais. O voo foi direto para o México, ela sabia que iria ter que atravessar e entrar ilegalmente no país mas não imaginava que fosse tão difícil. Os pais não esconderam dela e passaram toda a dica do que ela teria que fazer , com quem falar e quem iria acompanhá-la. Chegando no México alguns homens estranhos pegaram ela no aeroporto e levaram ela juntamente com outros latino americanos para uma casa dentro do mato. Neste  momento ela percebeu que teria dificuldades para encontrá-los e ficou com um pouco de medo. Laura ficou forte e pensou positivo. Nesta casa ela ficou mais de quinze dias aguardando. Disse-me que logo que chegou na casa um homem mal encarado que cuidava de todos disse a ela: "- Me dá essa bota que minha irmã quer uma dessa!” Ela não ia desobedecer uma ordem do mal encarado, tirou a bota e deu. Aos poucos ele foi pedindo tudo, bolsa, vestido etc. e ela ficou apenas de blusinha curta e um shortinho daqueles que se usa no alto verão insuportável do Brasil. Passados quinze dias, ela já não aguentava mais ficar naquela casa com um monte de estranhos e um monte de mal encarados fazendo guarda. 


Passado este tempo Laura foi mandada para um buraco escuro e  disseram que ela tinha que ficar neste buraco até poder ser transferida para o outro lado da fronteira. Ficou três dias dentro desse buraco sujo. Os homens, todos mal encarados, traziam comida e água para ela. Em um momento um dos homens mal encarados, os chamados coiotes, que são pagos para fazer a travessia de ilegais a chamou e disse: “- Laura, está vendo aquele campo de futebol ali?

"-Então, você vai atravessar ele correndo. Na hora que eu disser vai,você corre bem no meio em linha reta no meio do jogo mesmo. Seus pais estão te esperando do outro lado, e lá já é Estados Unidos."


Ela me contou que na hora que ele falou que seus pais estavam do outro lado ela saiu em disparada no meio do jogo só de blusinha e short e chegou do outro lado. Foi uma alegria porque realmente lá estava seu pai e sua mãe. Foram dias felizes, teve churrasco, forró e cerveja. O pai tinha até feito uma promessa que nunca mais iria fumar caso conseguisse encontrar a filha neste país,  perguntei se ele cumpriu a promessa e a resposta foi: "- Nunca mais ele botou um cigarro na boca" Já Laura, segue fumando…..


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04/07/2012

Mitologia Japonesa- Japao


Mitologia Japonesa



Essa história foi escrita no início do séc. VII onde na época o  imperador mandou escrever o que era falado pelo povo das histórias sobre o Japão. Traduzida oralmente, transcrita e compilada por Elisete Onuki


O Irmão da Deusa


De dia e de noite ele grita e chora sem parar, é um ser muito violento. Como ele grita tão alto a montanha tremeu e os rios balançam, as plantas e árvores morreram e então não tem frutas.

Seu pai o mandou embora e assim Sussano foi embora para Takahoara, e a irmã mais velha a Grande Deusa Ateramassu do céu, ficou surpresa.


"- Parece que meu irmão mais velho está vindo para conquistar nosso lugar!”, ela disse.

Ela penteou seu cabelo como um homem e se preparou para a guerra.


“- Eu não vou  roubar o país da minha irmã, fiquem tranquilos”, ele disse.

-“Para provar que você não está mentindo, vamos fazer deuses”. Assim que a deusa pegou a espada e cortou em pequenos pedaços com a boca, ela cuspiu e saíram 3 deuses. O irmão pegou a pedra preciosa do pescoço da irmã, mordeu, cuspiu e nasceram 5 deuses.


“- Olha só, da minha espada nasceram deuses, eu não sou violento.” E assim ela deixou seu irmão morar lá. Depois que ele foi aceito, ele destruiu o arrozal e aterrou o rio. Os outros deuses ficaram bravos, mas a irmã disse-lhes: -“Ele está apenas triste, se sentindo sozinho!” 


Cada dia que passava ele ficava mais violento. Um dia ele pegou um cavalo, tirou a pele e jogou dentro da casa da irmã. Ela ficou surpresa e com medo escondeu-se  atrás da porta de pedra. Nisto o mundo ficou escuro e os diabos apareceram e fizeram uma enorme bagunça.


Enquanto isso os deuses se reuniram e pensaram o que iriam fazer, e fizeram um espelho e colocaram na frente da  porta, e fizeram vários galos. Nisto a deusa da dança fez a dança com o umbigo de fora, e os galos gritavam: -“Que é isso!” 


A deusa do sol abriu um pouquinho a porta de pedra e olhou, e o Deus disse :

"-Tem uma deusa mais brilhante que você!” Nesse momento a Deusa colocou o corpo pra fora.

Quando os deuses mais fortes abriram a porta a força, o mundo brilhou de novo e a Grande Deusa Ateramassu mandou o irmão embora e disse que ele não poderia voltar nunca mais.


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16/07/2010

Encontro no Japao- Como se comportar



Marcou um encontro com alguém?
Abaixo as regras de ouro da etiqueta japonesa para não passar vergonha.



Morei muitos anos no Japão e sempre tive muita dificuldade para aprender a cultura deles, que é milenar. O que sei é que todas as vezes que eu tinha que ir a uma ocasião social eu tinha problemas por não entender as regras. Às vezes parecia apenas que estavam fazendo bullying mesmo para me chatear. Para quem mora no Japão e não tem que conviver socialmente com os japoneses em ocasiões familiares, amizades e eventos, penso que é mais fácil e muitos nem conhecem essas regras. 


Muita gente vive como brasileiro lá, não precisa falar japonês porque trabalha com brasileiros. Nas grandes fábricas onde tem muitos brasileiros eles colocam tradutores para tudo. Conheci pessoas que estão há anos e não falam a língua e tampouco conhecem a cultura japonesa. Esses que vivem como se estivessem no Brasil não  precisam prestar atenção às regras porque são raras as vezes que tem este contato com os japoneses. Tem o contato do dia a dia e não em eventos ou ocasiões especiais como eu era obrigada por ter família japonesa. 


Escrevi este artigo aqui porque sou boa observadora e achei bem interessante tantas regras. Para mim as  regras são interessantes desde que eu não precise cumprir. Estamos no ano de 1993, ainda o país está muito conservador. Por ser um país com superpopulação as regras vão se  estreitando cada vez mais. 

Segue abaixo algumas regras em encontros casuais. Se você tiver mais alguma que não está aqui me manda um email. Se  gostou ou tem alguma dica ou crítica me escreva também.


Regras de ouro para mulheres

Antes de sair de casa certifique-se que não esqueceu nada. Caso não tenha tido tempo de se maquiar, não tem problema  e vá a qualquer loja, até mesmo as de conveniência tem um monte de maquiagens, amostras grátis que você pode usar a vontade, passe pelo menos um batom.


Carregue na bolsa sempre e em qualquer ocasião lenço de pano e de papel. Você pode precisar deles a qualquer momento. Alguns banheiros pùblicos nem tem papel higiênico. prevenir è melhor.


Já pensou se você for encontrar com um homem e por ventura ele esqueceu o lenço e precisar, ofereça o seu, é chique demais, ele vai amar.


Preocupe-se com a qualidade e beleza do lenço tanto quanto com a calcinha que você usa. Se ele precisar e você não tiver um lenço para emprestar poderá passar vergonha. Eu mesma já passei vergonha várias vezes. Uma vez estava com um copo de suco no trem, imagina, ninguém nos trens do Japão ou mesmo nas ruas  anda bebendo ou comendo. Derrubei na roupa de um homem de paletó e não tinha nada para enxugar, que vergonha minha gente. Eu não tinha nada para enxugar, foi um vexame total, sabe aquele mico que todo mundo paga no exterior, então este foi um dos que paguei. Depois deste dia eu comecei prestar mais atenção nas regras e então segue abaixo tudo que descobri depois deste fatídico dia.


Se a pessoa é mais importante que você, chegue quinze minutos antes, para ter certeza que o outro não vai ficar te esperando. Nunca espere com os braços cruzados, o outro pode te avistar de longe e vai achar que você está fazendo pouco caso dele porque no Japão cruzar os braços é sinal de que está fazendo pouco caso.


Caso você seja a pessoa mais importante deste encontro, chegue apenas 5 minutos antes. Se você não for a pessoa mais importante chegue 10 minutos antes. Em qualquer um dos casos nunca chegue atrasado a um encontro, se atrasar você é uma pessoa sem valor, porque não respeita o tempo do outro. Se você não respeita o outro, como vai respeitar a si mesmo?


Se o encontro for com um homem: não se preocupe e nem pergunte para onde vão, mesmo que ele te pergunte onde você quer ir diga que não sabe e que deixa a cargo dele. Simplesmente acompanhe-o, dizem no Japão que, a mulher tem que ficar três passos atrás, mas um passo só já está bom. 


Na hora de pagar a conta , voce tem que pagar, lembre-se voce è mulher e tem que pagar.   Se caso ele disser não precisa  você tem que tentar pagar, só quando ele oferecer três vezes para pagar você pode aceitar. Se ele oferecer só uma ou duas vezes, pague a metade da conta.

Caso você seja convidada para sair com uma pessoa muito rica, milionária nunca abra sua carteira perto dele. Se abrir você pode até levar uma bronca. Acostume-se com o novo.


Se o encontro for com uma mulher: pergunte onde vão, ande lado a lado. Nunca fale de sua vida pessoal, de seus sonhos, a não ser que vocês sejam amigas muito íntimas. Nem espere ela se oferecer para pagar a conta, divida tudo.


Converse somente sobre crianças, roupas a serem lavadas; fale mal de seu marido e de seus filhos, nunca fale bem de seu marido ou de seus filhos na presença de outras pessoas, se você falar as outras pessoas vão  pensar que você é metida.  


Se você  for solteira, converse sobre moda, restaurantes, dramas de novela, não fale de seu namorado, de seus amigos e de nada da sua vida. Se acaso ela quiser falar de sua própria vida, desvie o assunto para coisas fúteis.


Em qualquer caso

Em qualquer lugar para qualquer pessoa, seja você homem ou mulher , tome cuidado e não fixe o seu olhar nos olhos de ninguém. Os olhos são a porta para a alma, dizem os japoneses e ela guarda intimidades que não são da sua conta. Se alguém olhar nos seus olhos desvie o olhar e olhe para a pessoa na altura dos peitos. 


Não expresse no rosto os seus sentimentos, mantenha -se zen o tempo todo. Faça cara de paisagem e se o clima estiver bom pode sorrir, caso contrário não mostra nenhuma reação no rosto. Nunca  fique  falando se você está triste ou está alegre, ou decepcionado, finja que não passa nada. Afinal de contas você não sabe qual é o sentimento da outra pessoa. E se ela estiver triste? Não tem sentido você mostrar sua alegria.E se ela estiver alegre? Não tem sentido você mostrar sua tristeza e nem sua alegria, deixa ela ser feliz sozinha. Em todos os casos, você já sabe, faça cara de bibelot sempre. Você será tratada como a pessoa mais legal do mundo porque soube entender a dor do outro. 


Fique sabendo que o que que esperam de você é a sua  capacidade de entender o sentimento do outro mesmo que o outro não tenha expressado o sentimento no rosto.


Se porventura você estiver ao lado de um milionário, ele for com a sua cara e te oferecer uma grande quantia de dinheiro sem mais nem menos, não aceite e caso ele insista, pegue o dinheiro e devolva o para a esposa dele, não se preocupe o dinheiro já é seu. Ela vai pegar o dinheiro e te entregar novamente. De preferência use 10% do valor recebido e envie pelo correio um presentinho em agradecimento.

Espero que tenham gostado. Se puder compartilhe com suas amigas.

Fácil não é, mas a gente tenta fazer o melhor.

Se você for estrangeira e estiver visitando o Japão pela primeira vez, esqueça essas regras e seja você mesma.


Se encontrar algum conhecido nas ruas ou em qualquer lugar que seja e você estiver acompanhado nunca apresente essa pessoa para a outra e nem diga seu nome. Você não sabe o que está acontecendo entre eles, fique quieta. Não espere também que você seja apresentado para ninguém. Se você quiser conhecer pessoas, vá a eventos, cursos ou participe de grupos comunitários, é o lugar ideal para você se apresentar ou apresentar pessoas.


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Imigrante no Japao- 1993

Chegamos no Japão, eu com minha família, duas filhas e o marido nativo do Japão.  Era mês de agosto, estava calor e era o mês das festas...

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